terça-feira, 24 de abril de 2007

Mistérios da vida


A vida é realmente algo misterioso!

Sempre penso isto quando olho para esta fotografia e vejo em meus olhos a inocência de quem nem sequer desconfia do que viverá adiante, o que sentirá, quem amará, o quanto sofrerá, o quanto sorrirá, quem estará ao lado, se será realizada, se encontrará o amor, se será freira ou se gerará uma família, se terá dinheiro, se vierá muitos anos... se será feliz...

É a expresão de alguém que não faz a menor idéia dos rumos que sua vida tomará mas ainda sim se coloca de frente para a vida. Que venha o que vier.

Ausência

Aos meus pouquíssimos, porém fiéis leitores, peço desculpas...estive ausente estes últimos dias... meu pai estava no hospital e eu, um pouco paralisada pelas preocupações e pelo medo de perdê-lo.
Bom, ele está retornando hoje!!! Forte e teimoso como sempre!!!!
Assim sendo, também eu retornarei.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

A Dona da História


A primeira vez em que assiti ao filme "A Dona da História" foi logo após seu lançamento, em uma das salas de cinema do Shoping Cidade em BH. A sala estava lotada naquele dia!

Este é o tipo de filme considerado pela maioria das pessoas como um filme leve, agradável... nem drama nem comédia...
Eu? Bom, considerar eu também o considero assim, mas quanto a sentir é diferente...

Chorei. Chorei o filme quase todo e depois que terminou também. No dia eu nem tive condições de raciocinar direito sobre os motivos do meu choro compulsivo, mas recentemente eu o revi.

Desta vez eu o assiti em casa, sozinha... sem platéia. Bom, eu chorei. Chorei o filme quase todo e depois que terminou também. Mas a diferença é que desta vez eu me perguntei o porque das lágrimas e percebi duas coisas, um pouco contraditórias entre si:
  1. Sempre queremos ter o poder de mudar nossa história, voltarmos no tempo e fazer coisas diferentes, de forma diferente, e

  2. Desejamos, talvez em maior intensidade, viver histórias tão fantásticas, belas e verdadeiras que, mesmo tendo o poder de voltar no tempo, não tenhamos coragem de mudar uma só vírgula.

De minha parte, desejo, com todas as forças viver histórias dignas de serem mantidas e lembradas com grata alegria, mas me pergunto se terei a sensibilidade de percebê-las em toda a sua beleza ou se me renderei á tendência de nós seres humanos em nunca se satisfazer com nada...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Paixão...


"Sua amizade não se conquista facilmente, mas é algo que vale a pena possuir" (Michael Joseph)

"O menor de todos os felinos é uma obra prima." (Leonardo Da vinci)

"Os gatos são perfeitos, com suas próprias idéias sobre todas as coisas, incluindo as pessoas de quem são donos." (John Digman)

Álbum de recordações



Gosto muito de fotografias! Elas guardam imagens de momentos especiais, de pessoas especiais e assim, vão registrando e perpetuando a vida.


Mas quase sempre as imagens e momentos mais importantes não estão registradas nas fotografias, por serem também as imagens e momentos mais simples de nossa vida. Estes ficam em um outro álbum, mais pessoal, mais íntimo e mais delicado: o de nossa memória.


Tenho uma infindade destes momentos e imagens no meu álbum de recordações particular e ás vezes me lembro de que minha memória pode um dia me trair e apagar tais recordações. Seria muito triste se isto acontecesse, pois são as recordações mais caras e mais ternas que possuo. Então, para prevenir-me desta perda, farei aqui um breve registro para posteridade, uma lista de recordações.


Me perdoem os leitores que pensaram que estariam prestes a descobrir algum segredo lendo minhas recordações, mas são recordações de minha infância. Claro... já me perguntei porque são estas as mais importantes recordações de minha vida. A resposta? Bem, são elas que me dizem quem sou, de onde venho e são elas que me ligam ao que há de melhor e de mais puro em mim.


Álbum de Recordações:

  • Meu vestidinho amarelo de bolinhas pretas (de tecido quente e áspero que me enchia de coceiras aos três anos de idade);
  • A trepadeira enorme (aos meus olhos) da casa do vovô;
  • A casa do vovô;
  • O filtro de água dentro do banheiro na casa do vovô;
  • O pé de jambo na casa do vovô;
  • Beber água no córrego antes da casa o vovô usando folha de árvore;
  • Pedras brilhantes no caminho da casa do vovô - mala cacheta (!?)
  • A bica de água na casa da tia Maria;
  • O Café doce da casa da tia Maria;
  • O ralo de mandioca na casa da tia Maria (para fazer farinha);
  • Andar a cavalo pela pastagem á tardinha;
  • Ia á casa do vovô de carroça em noite de lua clara;
  • Noites de lua clara;
  • A bica dágua no quintal da cozinha;
  • Passear na nascente de água aos domingos com minha mãe;
  • Banho de rio;
  • Pingos de chuva na soleira da porta e na beira do paiol;
  • Ir para a cidade em caminhão leiteiro;
  • Molhar a cozinha antes do almoço para "refrescar";
  • Levar comida para meu pai na roça (e comer toda a comida dele);
  • Brincar de sombras na parede á luz de velas e lamparinas;
  • Tempestade na roça;
  • Caminho da escola na roça;
  • Chupar jabuticaba no pé;
  • Aguar a horta á tardinha com "cuia de cabaça";
  • Brincar de roubar bandeira na terra vermelha do pátio da escola;
  • Arrumar a capela com a Conceição;
  • Visitas do Padre Luciano na roça;
  • Chupar amoras na casa do Gabriel;
  • Mola maluca;
  • Chupar cana;
  • Sentar no chão frio do alpendre na roça;
  • A cozinha enorme (só aos meus olhos ) da minha casa na roça;
  • Dia da mudança para a cidade;
  • Imagem da cidade á noite no dia da mudança;
  • Primeira manhã na cidade;
  • Meu cobertorzinho de ursinho verde;
  • Colocar refrigerante dentro do rio para gelar (antes de comprar a geladeira);
  • ...Muitas outras lembranças que, agora, meu coração não quiz sussurrar no meu ouvido... e muitas saudades....

terça-feira, 10 de abril de 2007

O deus dinheiro



Ironia dos tempos modernos...

Somos uma espécie evoluída e dotada de inteligência. Subjulgamos as espécies inferiores e dominamos as ciências, a tecnologia, a filosofia ... nossas invenções grandiosas! Julgamos inclusive, dominar a Deus, criador de todas as coisas, inclusive desta espécie evoluída e dotada de inteligência...

Mas a verdade é que estamos presos por nossas invenções grandiosas como em uma armadilha invisível e assim, sem perceber, deixamos de dominá-las para sermos por elas dominados. Assim é com o dinheiro.

Todos os meses, de todos os anos, eu e o resto da minha espécie evoluída trabalhamos para ganhar dinheiro e ao findar de cada mês percebemos que precisamos de mais. Nos descabelamos maquinando uma nova maneira de conseguir dinheiro, uma nova invenção que nos tire ilusoriamente do sufoco... um empréstimo talvez? financiamento? Horas extras? A que maravilhosa invenção vou me acorrentar este mês?

Dúvida cruel de mais uma endividada!!!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Paisagens da Janela


Passei a maior parte de minha infância em uma fazenda com um casarão antigo que tinha assoalho barulhento, forro de bambú no teto e grandes janelas de madeira pintadas de azul.

Claro que tanto o casarão como as janelas e tudo o mais não seriam tão grandes não fosse pelo meu olhar infantil e sonhador.

Foi uma infância típica de fazendas, com brincadeiras ao lar livre, muitas árvores para subir, muitas frutas para comer no pé e a grama molhada de orvalho toda manhã. Mas de tudo, o que mais me marcou foi a paisagem da janela.

De manhãzinha, quando iniciava a primeira das minhas atividades caseiras (abrir a casa), eu ia até o quarto de minha mãe - que tinha as janelas mais altas da casa - e ao abrir a janela, podia ver a imagem que iria me acompanhar durante toda a minha vida: o quintal com as árvores e flores se balançando á brisa a manhã... logo além do quintal, o córrego ao lado da grande moita de bambú... logo além do córrego, a pastagem do tio Paulo com seus bois, vacas e o caminho que levava á minha escola e á capela e lá, bem além da capela, a estrada que me levava á cidade e que mais tarde me levaria á muitos outros lugares do mundo.

Sinto muitas saudades destes momentos! Saudades da paisagem, do cheiro de mato molhado de orvalho e dos sonhos que nasciam no meu coração...