segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Fechado para Balanço

Amigos, após 92 postagens ao longo do tempo de vida do Paisagens da Janela, informo que o blog estará inativo por tempo indeterminado.

Motivos? Nenhum em específico, apenas não tenho tido desejo de me mostrar aqui como antes.

Talvez daqui a algum tempo o blog retorne á vida e eu volte a postar. Talvez decida realmente exluí-lo. Por enquanto, estará "Fechado para balanço".

Neste período vocês poderão ainda acessar as postagens antigas, poderão ainda deixar comentários... só não verão novas postagens.

Agradeço de coração por cada minuto dedicado a ler o que aqui escrevi e por cada colaboração.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Tão bom ser adolescente!

Idependente da idade, voltamos a ser como adolescentes quando estamos nos apaixonando...

Sensação boa...de querer ver, falar, tocar, ouvir a voz... estar perto o tempo todo... frio na barriga, ansiedade...

Quando é recíproco, então... mais delicioso ainda!!!

Tão bom ser adolescente... tão bom se apaixonar!!!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Livros Infantis (Infantis?)

Há algum tempo atrás conheci, um livrinho infantil que me encantou. Tratava-se de "O anjo da guarda do vovô" de Jutta Bauer, um livro de ilustrações, com frases curtas mas com uma mensagem muito linda e profunda.

Hoje resolvi pesquisar mais sobre a autora e fiquei ainda mais encantada! Descobri outros lindos livrinhos infantis nos quais a desenhista trata de temas profundos com extrema sensibilidade e delicadeza mostrando que livros infantis podem sim, ser profundos e tratar de questões importantes com beleza e suavidade. Aliás, não sei se poderíamos chamá-los de livros "ifantis", pois como a própria autora disse:

“as histórias são como jarros. Elas oferecem uma forma, mas todos os leitores – pouco importa se novos ou velhos – os enchem com as suas próprias experiências e histórias pessoais”. (http://gatafunho.squarespace.com/jutta-bauer/)

Segue abaixo uma pequena descrião de três dos seus livros:

Quando a mãe grita - Um dia, a mãe do nosso pinguim (personagem principal) zangou-se: perdeu a paciência e deu um grito! O pequeno pinguim ficou desfeito. A cabeça voou até ao espaço, o seu corpo foi pousar sobre as ondas do mar, as asas desaparecem no meio da selva, o bico anda perdido no meio dos montes e a cauda (imagine-se!) foi parar a uma grande cidade, no meio do trânsito. Primeiro, as suas patas ficaram paralisadas, mas, depois, começaram a correr, até que chegaram ao deserto; aí, pararam para descansar. E porquê no deserto? Porque surgiu um refrescante sombra. Era a mãe do pequeno pinguim, que, depois de ter gritado, fora ao encontro de cada pedaço do filho e, com paciência, linha e agulha, já tinha unido quase todos, faltando só as patas. "Desculpa...", disse ela, abraçando o filho e levando-o consigo.
Através da sua magnífica ilustração (tão suave e expressiva), Jutta Bauer não poderia ter encontrado melhor maneira de dizer esta palavras tão simples, "desculpa", no momento certo. Com este livro, os filhos aprendem o quanto os pais os amam (mesmo quando perdem a paciência); e também os pais aprendem algo de importante: pedir desculpa e abraçar um filho não é um sinal de fraqueza, mas antes um sinal de amor.

Selma - Em formato pequeno e delicado, como são as singelas ilustrações de Jutta Bauer, este livro trata de uma questão densa: o que é felicidade? Selma pode nos responder. A rotina da ovelha Selma é aparentemente comum: comer grama, ensinar as crianças a falar, praticar um pouco de esporte, conversar com a vizinha, dormir profundamente. A diferença está na satisfação com que ela realiza essas atividades: Selma vê beleza nas coisas mais simples e rotineiras. Ela aprecia a vida em sua essência e não mudaria nada no seu dia-a-dia. Com frases curtas e diretas, dá o seu recado não somente aos pequenos. Best-seller da autora alemã, Selma já foi lançado em mais de dez idiomas e ultrapassou a marca de 400 mil exemplares vendidos. A autora manuscreveu o livro para a edição brasileira, assim como fez nas versões em inglês, japonês, hebraico e outras publicadas pelo mundo.

O anjo da guarda do vovô - É uma história singela de um avô que, no leito de hospital, recorda para seu netinho os principais momentos de sua vida: episódios da infância, da guerra e de necessidade. Porém, por meio dos desenhos, o leitor fica sabendo que em todas as situações o avô teve a companhia invisível de um dedicado anjo da guarda. Os traços simples da ilustradora conseguem transmitir uma mensagem profunda e comovente.




A rainha das cores - Uma soberana temperamental é a protagonista de A rainha das cores, livro infantil premiado na Alemanha e que ganhou uma versão para a TV. Desta vez, a ilustradora Jutta Bauer fala sobre a alegria de viver e os momentos de raiva, de confusão e de tristeza que acometem nossas vidas. Para isso, ela utiliza a metáfora das cores que se misturam numa ou noutra intensidade. O livro é um convite irresistível para a criança refletir, por meio das cores, sobre as mais diversas emoções.

sábado, 25 de outubro de 2008

Ventos da Mudança

Três grandes verdades sobre as mudanças:
  • São um processo de dentro para fora;
  • São graduais e lentas;
  • São dolorosas.

Estou vivendo um momento de busca por mudanças. Na verdade, percebo que a busca exterior por mudanças reflete uma mudança interior que vem acontecendo silenciosa e lentamente em mim há algum tempo.

Não se muda a vida sem uma grande mudança interior, sem um olhar diferente para si mesmo, para os outros e para o mundo. Não se muda a vida sem uma mudança de postura, sem reorganizar os sentimentos, sem curar as feridas deixadas por afetos desordenados.

E não se consegue isto sem um boa parcela de sofrimento, de dor.

As mudnças verdadeiras e significativas não acontecem de um dia para outro. Assim como esta mudança interior em mim vem acontecedo silenciosa e lentamente, sei que as mudanças exteriores também virão no momento certo.

Mas elas virão. E eu estarei preparada para elas!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Entrei na Onda

Resolvi me render á febre dos personagens via BuddyPoke, aplicativo do Orkut e criei a Leila... E aí, vocês acham que ficou parecida ou não?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sensibilidade

Em uma conversa recente meu bom amigo "Lobão" aconselhava-me em relação á um problema que eu estava vivenciando e me disse que eu deveria estar atenta para perceber a solução quando ela se apresentasse a mim.

Sem saber muito como seguir seu conselho, continuei buscando soluções para o problema até que algo novo surgiu. Ironicamente, de início, eu interpretei o fato novo como mais um problema.

Apesar de minha inical falta de sensibilidade e da consequente interpretção errônea, o fato novo se mostrou uma boa solução. Não a solução que eu esperava, não a solução que eu buscava, mas a solução possível no momento... talvez a mais adequada para o momento.

Meu amigo estava certo. É preciso mesmo estar atenta e ter sensibilidade para perceber os acontecimentos e tirar deles o melhor.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Caminho de Volta para o Amor

Eu tenho vivido com uma sombra sobre mim
Eu tenho dormido com uma nuvem sobre minha cama
Eu tenho estado sozinho por tanto tempo
Preso no passado, parece que eu apenas não posso ir em frente

Eu tenho escondido todas as minhas esperanças e sonhos
Apenas em caso de eu precisar deles algum dia
Eu tenho vivido acima do tempo
Para clarear os pequenos espaços nos cantinhos da minha mente

Tudo que eu quero fazer é achar um caminho de volta
para o amor
Eu não posso ir até o fim sem um caminho de volta para o amor

Eu tenho assistido, mas as estrelas se recusam a brilhar
Eu tenho procurado, mas eu apenas não vejo os sinais
Eu sei que estão logo ali fora
Deve haver algo para minha alma em algum lugar

Eu tenho procurado alguém para me iluminar
Não apenas alguém para passar a noite
Eu poderia usar alguma direção
E eu estou aberto para suas sugestões

Tudo que eu quero fazer é achar um caminho de volta
para o amor
Eu não posso ir até o fim sem um caminho de volta parao amor

E se eu abrir meu coração de novo
Eu espero que você esteja comigo no final

Há momentos que eu não sei se isso é real
Ou se alguém se sente do jeito que me sinto
Eu preciso de inspiração
Não outra negociação

Tudo que eu quero fazer é achar um caminho de volta
para o amor
Eu não posso ir até o fim sem um caminho de volta para o amor

E se eu abrir meu coração para você
Eu espero que me mostre o que fazer
E se você me ajudar a recomeçar
Eu sei que estarei lá para você até o fim


Composição: Adam Schlesinger
Do filme Music and Lyrics (2007)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou

Ontem, ao passar pelos canais da TV procurando algo legal para assistir, me deparei com uma entrevista da atriz Mônica Martelli, cujo trabalho na novela Beleza Pura como Helena e, en horário de trabalho como Mateus, tem impressionado bastante.

Na entrevista, Mônica falava da peça de teatro que escreveu e que intepreta. Um monólogo sobre os dilemas da vida de uma mulher solteira aos trinta e poucos anos. Achei ótima a entrevista e a peça me pareceu excelente, mas o melhor de tudo foi a sinceridade com a qual Mônica contou que escreveu os textos que originaram a peça com base em sua própria vida de solteira aos trinta e poucos anos, em seu desejo e em sua busca por um relacionamento que "vingasse" e em sua frsutração com as tentativas falhas.

Achei muito legal como ela expôs sua vulnerabilidade, seu enorme desejo por um relacionamento estável e não entrou naquele discurso que tanto vemos..."estou sozinha, mas estou me dando um tempo, me conhecendo melhor..." Claro que esse negócio de se dar um tempo e se conhecer melhor é muito válido, ás vezes, mas é muito bom ver pessoas de destaque na TV mostrando que são mulheres comuns, humanas e carentes.

A peça infelizmente ainda não veio para Minas, mas ao que parece, é um ótimo espetáculo!

Abaixo, uma pequena sinópse, alguns dados do espetáculo e o link para a página do Teatro Procópio Ferreira onde se pode assistir á um vídeo com trechos da peça.

P.S. Ela não está mais solteira e já pretende criar a próxima peça... Cheguei em Marte!

Os Homens são de Marte... E é pra lá que eu vou! trata do grande dilema vivido pelas mulheres solteiras: a busca de um grande amor. Toda mulher já foi, é, ou será protagonista desta história de aventuras, encontros, desencontros, solidões, equívocos, adrenalinas, ilusões, alegrias, dúvidas.

A peça faz uma crítica ao comportamento e a certos valores da sociedade, é uma visão bem-humorada desta mulher do terceiro milênio: independente, bem sucedida e com dificuldades de encontrar um homem que saiba compartilhar esta liberdade. No mundo todo, livros, seriados, filmes e peças que tratam do tema fazem grande sucesso de crítica e público.
Os Homens são de Marte... e é para lá que eu vou! conta a história de Fernanda, 35 anos, solteira, jornalista formada, mas trabalha com eventos, organiza festas de casamento.

Fernanda está em busca do amor e se envolve tão intensamente com os vários tipos de homens que chega a ficar muito parecida com cada um deles, independente dos tipos físicos, das condições sociais, raciais ou econômicas. Cada homem que ela encontra pode ser seu grande amor, quem sabe? Fernanda se envolve com um político, um rico playboy, um alternativo do Sul da Bahia e um gay. O tempo que ela gasta com os homens daria para ter dado uma volta ao mundo e ainda ter estudado a história de todas as civilizações. A vida para ela sem um amor é uma vida em preto e branco.

Na verdade, a busca pelo amor pode ser uma oportunidade de aprendizado, mas para quem está solteiro não é assim, é castigo. Quem está solteiro quer encontrar um amor e ponto final, só não sabe como.

De uma forma muito divertida, mas também emocionante e com um final surpreendente, a peça fala do amor e da falta dele. Tudo isso com um tipo de humor que as mulheres são capazes de fazer muito bem: rir das suas próprias desgraças

FICHA TÉCNICA
Texto e interpretação: Mônica Martelli
Direção: Victor Garcia Peralta
Figurinho: Marcela Virzi
Cenário: Clívia Cohen
Iluminação: Paulo Roberto
Trilha sonora: Jerry Marques
Direção de movimento: Márcia Rubim
Preparação vocal: Jacqueline Priston
Fotos: Lívio Campos
Direção de produção: Jerry Marques
Realização: Dig Produções Artísticas, Ltda.
Veja AQUI um vídeo com fragmentos da peça

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tristezas

Quanto maior o amor dedicado á um amigo, maior a tristreza ao vê-lo se afastando de nós.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Pastel de Vento

Dedico este texto fantástico escrito pela Ailin Aleixo aos pastéis de vento que teimaram em aparecer na minha vida nos últimos tempos!


"Nunca me contentei com nada. De certa forma, a constante vontade de tudo era motivo de orgulho - me tornava especial, inquietante. Até o instante em que vi que algumas coisas simplesmente não valem a pena.

Não por serem pecaminosas nem por pertencerem ao terreno minado da moralidade.
Nem sequer se relacionam com consciência ou motivação menos racional.
Nem por serem tristes ou cômicas.
Não é isso.
Apenas, essas coisas são grandes e atraentes pastéis recheados de vento. 'Como vai você?' oferecido em esquinas barulhentas.

(...)
Hoje, agradeço por ter aprendido que rogar atenção a quem não se importa não vale a pena.
Ou pedir amor.
Exigir amizade.
Tomar porre de pinga ruim.
Discutir com ignorantes.

Paciência é a maior virtude, agora sei.
Ainda bem que a tive para perceber que seu lugar é mesmo do outro lado da rua, com outras pessoas, falando sobre assuntos que não me interessam mais.

Sua infância mal ultrapassada.
Seu armário trancado demais.
A falta de palavras.
O excesso de mau caratismo.

Tudo minou até a minha incrível capacidade de persistir: não dá pra apostar o futuro numa mesa em que o maior prêmio é um orgasmo e um beijo na testa.

Pra mim, você simplesmente não vale a pena"

Escrito por: Ailin Aleixo
Blog Mulher Honesta

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Na certeza de que o amanhã será melhor, de que alcançarei meus objetivos, de que o dia em que serei muito feliz e muito amada está chegando...

"Na bruma leve das paixões que vêm de dentro
Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
No teu cavalo peito nu cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais


A voz de um anjo sussurrou no meu ouvido
E eu não duvido já escuto os teus sinais
Que tu virias numa manhã de domingo
Eu te anuncio nos sinos das catedrais"


(Anunciação - Alceu Valença)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Simbolismos

Engraçado como, sem perceber, começamos a associar emoções, sentimentos e lembranças ás coisas que nos cercam transformando-as em símbolos importantes em nosso dia-a-dia.

No ipê amarelo residem muitos significados e símbolos importantes pra mim tais como a esperança e a renovação.


Á cada ano, quando, inesperadamente, surgem os ipês amarelos floridos, lembro-me que tudo se renova e que, sem que se perceba, a vida traz coisas novas, coisas lindas para nós!

Encontrei a poesia abaixo que traduz perfeita e lidamente o que os ipês amarelos significam pra mim:

Ipê Amarelo

As flores amarelas
do Ipê amarelo
banham o raiar do dia
e sorriem...Sorriem desafiando
nuvens cinzas de amarguras
sorriem dissipando chuvas de agruras
sorriem trazendo os sóis de venturas
Assim me recebem
as flores amarelas
do Ipê amarelo...
Vigia da minh'alma
Não há como não amá-las:
as flores amarelas do Ipê amarelo!

Autor: João Batista Lago



Re - definições


Fazia muito tempo que não me interessava por nenum livro ou filme de auto-aujuda, á excessão do livro "Ele simplesmente não está a fim de você" - indispensável para todas as mulheres! (risos)

Ontem, entretanto, uma amiga querida indicou-me que assistisse ao filme "O Segredo", que fala sobre a lei da atração, e assim fiz.

Tive insônia!

Verdade... tive isônia! Simpismente não conseguia dormir depois de ver o filme, porque minha mente fervilhava com esta nova certeza: sou eu a responsável por tudo que acontece e por tudo que não acontece em minha vida e apesar de saber e crer que a mão de Deus também está em tudo que me cerca e em tudo que sou, sou eu a responsável pela forma que percebo isto, em que tranformo isto.

Nesta minha noite de insônia, me percebi melhor e fiz uma clara re-definição... Re-defini-me pra mim mesma, para minha vida.

Eis quem é a Leila: Uma mulher imperfeita, porém maravilhosa, cujos muitos defeitos são infinitamente menores que as qualidades, cansada de ter medos e disposta, enfim, a construir e a viver a vida!!!

E sabe do que mais? Serei muito amada!!! Porque é isto que mereço. Porque sou uma ótima pessoa, agradável, inteligente e bonita! E se você aí não consegue perceber todas estas e as muitas outras razões para amar-me é uma pena... para você!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

"... Se tem um tumulto na sua cerca
Não fique alarmado agora,
É apenas uma limpeza de primavera para a rainha de Maio.
Sim, existem dois caminhos que você pode seguir,
Mas no final das contas,
Ainda há tempo para mudar a estrada em que você está..."

Extraído da letra de Stairway to Heaven, Led Zeppelin

terça-feira, 29 de julho de 2008

Há dias (como hoje) em que nada me faria maior bem que um gatinho em meu colo, com sua presença enigmática, seu olhar penetrante e seu ron-ron extasiante...

O Ron-Ron do Gatinho


O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas

e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso ele faz ron-ron
para mostrar gratidão.
No passado se dizia
que esse ron-ron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ron-ron em seu peitonão é doença - é carinho.

De Um Gato Chamado Gatinho, livro de FERREiRA GULLAR.


quinta-feira, 26 de junho de 2008

Um ano de saudade

Há exatamente um ano atrás eu me despedia de meu pai.

Foi um dia triste, repleto de sentimentos turvos e confusos.

A constatação de um acontecimento tão definitivo como morte é algo desnorteador.

Passaram-se 365 dias desde então. 365 dias sem a presença de meu pai. 365 dias sem que deixasse de pensar nele um dia sequer. 365 tardes sem ouvir o baulho da bicicleta chegando em casa nem o assovio baixinho. 365 noites sem ouvir sua bênção antes de dormir.

o tempo realmente possui um efeito muito grande em nosa vida e naquilo que sentimos, pois nos permite processar e etender melhor cada acontecimento, cada perda.

A dor por não ter mais a presença de meu pai e não ter mais chances para lhe mostrar meu amor ainda existe e acredito, sempre exisitirá. Mas as lembranças felizes vão ocupando um espaço maior em meu coração à cada dia que passa assim como o sentimento de gratidão por cada momento vivido, por cada palavra, por cada sorriso, por cada ensinamento.

Uma das coisas que mais me deixam feliz é lembrar como meu pai sentia orgulho de mim. Era um orgulho tão genuíno, tão simples e tão humilde... tão verdadeiro.

Em 1999, comecei a trabalhar na mesma empresa em que ele trabalhava e me marcou profundamente a expressão que se estampou em seu rosto ao meu ver, pela primeira vez, coordenar uma reunião geral com os funcionários e fazer uma pequena palestra. Era um sorriso quase infantil. Quando cheguei em casa ele me estendeu a mão e me parabenizou dizendo que sentia muito orgulho por eu ser uma pessoa tão inteligente e tão talentosa.

Na verdade, a reunião não foi nada de mais... O que sempre foi demais foi o amor de meu pai por mim. E mesmo que eu não tivesse a mesma facilidade dele em expressar, o meu amor por ele também sempre foi imenso.

Que Deus o tenha presenteado com a paz, a felicidade e o descanso eternos, papai.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

É incrível como sempre me identifico com o que Martha Medeiros escreve!!! Acho que a ela já foi permitido aprender a sabedoria das coisas simples, aquela sabedoria que é realmente importante e nos faz ver o mundo com olhos mais claros, mais calmos.

Você é...

Martha Medeiros

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Campanha Publicitária Criativa

A ultima campanha da rede Hortifruti está sendo veiculada no Rio de Janeiro desde o final do ano passado, mas na internet ela já ganhou o Brasil.

Com o slogan: 'Aqui a natureza é a estrela', as paródias com títulos de filmes se espalharam rapidamente.

O publicitário Leo Carbonell conta que trocadilhos são recorrentes nas campanhas da Hortifruti. Já fizeram uma também em que frutas e verduras eram estrelas da revista "Cascas".

A criação é da agência capixaba MP Publicidade.




quinta-feira, 8 de maio de 2008

Meu amigo Moises indicou, em seu blog (outro rumo) este site de imagens e fui conferir. O site realmente é muito bom, com imagens lindas em diversas categorias.
Encontrei lá esta imagem abaixo que acho que combina muito com a comemoração que se aproxima, o dia das mães.
Acho que o amor de mãe é realmente algo universal.

A Alegria da Tristeza

Encontrei este texto da Martha Medeiros e, como sempre, amei!
Eu concordo totalmente com ela.
As pessoas se permitem muito pouco o sentir, principalmente quando o sentimento é a tristeza, a necessidade de introspecção.
Vale a pena ler e refletir!


A Alegria da Tristeza

Martha Medeiros

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música.

Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir. Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora. Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento. Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado.

Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida. Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido.

Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada.

Triste é não sentir nada.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Mão Única

Tenho observado como certos relacionamentos – familiares, amorosos ou de amizade – ás vezes se desenvolvem baseados em uma relação de poder, onde há sempre um lado mais forte que o outro e como estes relacionamentos são complicados e ás vezes dolorosos.

Não digo que não exista afeto, amor e carinho verdadeiros, pelo contrário. Mas o fato é que relações de poder são perigosas. Aquele cuja personalidade é mais forte e dominadora, que não admite estar errado, que gosta de dar sempre a última palavra e que consegue manipular todas as situações a seu favor acaba encontrando prazer nesta situação cômoda, o que fortifica suas características.
Mas o contrário acontece com aquele cuja personalidade é mais frágil, cuja carência o leva a querer agradar e a buscar aceitação por parte do outro e, por vezes se subjuga acreditando estar evitando atritos que poderiam comprometer o relacionamento, ele se cansa e se frustra, pois, apesar de seus esforços, não percebe no relacionamento a troca que esperava.
Relacionamentos de mão única não têm futuro.

O que acaba acontecendo é uma revolta como aquelas que estudamos em História, onde a classe dominada não se subjuga mais ás ordens da classe dominadora e luta por igualdade. Claro que, neste caso, a revolta é expressa em pequenos detalhes, discussões que antes não aconteceriam, comportamentos que antes seriam evitados, palavras que antes não seriam ditas e pedidos que desculpas que, antes eram tão comuns começam a ficar escassos.

Na maioria das vezes nem chega a existir uma discussão realmente séria, e, na prática, todas as questões são resolvidas, esclarecidas, mas começa a surgir um afastamento de ambas as partes, pois um espera que o outro dê o primeiro passo, dê o braço a torcer e vice-versa. Aquele que sempre foi mais forte e dominador na relação não faz isto porque se acostumou ditar as regras e aquele que sempre foi mais frágil e mais carente também não faz isto, pois o que deseja realmente é uma mudança que o faça sentir-se valorizado.

Infelizmente, é desta maneira que morrem muitos casamentos, namoros, relações em família e amizades.

Retorno

Olá.
Depois de alguns dias de férias, retornei hoje.

Retornei ao trabalho, aos estudos, ás leituras e ao Blog!!!
Não deixem de visitar sempre minhas Paisagens da Janela e deixar seu comentário.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O QUE É?

O que é que se passa aqui dentro e traz este sentimento de sede, de desejo sempre constante...
Quando nada nos satisfaz e nehum sabor que provamos é o sabor que procuramos
Quando nenhum lugar d mundo é aquele que nossos olhos esperavam ver
Quando nem mesmo aquele perfume caro e maravilhoso que ousamos comprar nos preenche o olfato
Quando nenhuma palavra, de nehuma pessoa é aquela palavra que nos alegra e nos acalma
Quando nenhum livro, de nenhuma categoria traz a história que gostaríamos de ler
Quando nenhuma explicação, por mais detalhada e elaborada que seja é o suficiente para explicar este comichão que nos devora...
O que é isto?
O que é que se passa aqui dentro?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Negativismo?

O ano de 2008 trouxe-me, desde o seu primeiro dia, algumas experiências e percepções que eu bem sei, muita gente consideraria (considerará) como negativas, pessimistas.

Quanto á mim, ainda não sei definí-las.

O fato é que em 2008, tenho desacreditado de muitas coisas...
Tenho sentido que infelizmente enquanto eu estava pensando nos outros, ninguém estava pensando em mim. Então, é melhor que eu pense primeiro em mim mesma (!?!)
Tenho percebido em amigos e amigas (há excessões) de looonga data um quê de ironia, de sarcasmo, de falsidade, de satisfação em lançar suas críticas, suas respostas atravessadas... (isto para mim é frustrante, além de muito triste)
Tenho sentido que na verdade, as pessoas estão realmente sozinhas.

Pessimismo de minha parte? Realidade nua e crua? Fase momentânea?

Não sei.

Espero realmente que esta não seja a verdade, que isto que agora estou sentindo e percebendo em relação ás pessoas á minha volta esteja apenas confuso, turvo por algum motivo e que isto seja realmente uma fase momentânea após a qual, tudo voltará ao seu lugar.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Acredito que todas as pessoas tenham em sua vida, alguma coisa ou alguém que seja capaz de despertar um sorriso de satisfação e alegria em seu rosto mesmo depois de...

...Um dia horroroso no trabalho, repleto de chateações e decepções que, com certeza acabarão com seu humor por semanas.
...Ou depois de receber um email daquela pessoa chata, cheia de artimanhas da qual se está fugindo a dias.
...Ou depois de uma discussão desagradável com a mãe.
...Ou depois de concluir que as pessoas não pensam duas vezes em atrapalhar a vida do outro para conseguir vantagens pessoais.
...Ou depois de tudo isso junto...

Em minha vida existe.

Olhar imagens como estas abaixo é o suficiente para que um sorriso espontâneo e eu diria até mesmo automático se abra em meu rosto.

É incrível como um animal assim pode signifcar tanta alegria para algumas pessoas como para mim!

terça-feira, 4 de março de 2008

Quero Férias

Realmente não sei porque é tão difícil fazer as pessoas entenderem meu desejo de férias...

Quero férias de tudo que me cerca, de tudo que me é familiar, de tudo e todos para quem eu sou familiar.

Quero a liberdade de não ter obrigação nenhuma com ninguém a não ser comigo. Não precisar conversar quando eu não estiver com vontade sem a preocupação de que as pessoas pensem: Óh... me ignorou... Óh, não gosta de mim... Óh, me deixou sozinha.

Estou realmente cansada.

Quero poder dormir quando der vontade sem ter que preocupar em fazer companhia para ninguém. Quero sair quando der vontade sem ter que me preocupar se o lugar vai agradar a alguém.

Quero agradar só a mim mesma por alguns dias. Preocupar-me só comigo mesma por alguns dias. Esqecer-me e ser esquecida por alguns dias.

Quero paz.

Será que isto é muito? Será que isto é algo tão estranho que as pessoas não possam compreender?

Hunf!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Tudo -- inclusive o ano -- passa

Escrito por Ailin Aleixo,


A capacidade de esquecer é o que existe de mais precioso sobre a face da terra, sob as nossas faces. Amar é indubitavelmente mais magnânimo, mas não é tão essencial quanto o esquecimento: é ele que nos mantém vivos. O amor torna a paisagem mais bonita, mas é o bálsamo curativo do esquecimento que nos faz ter vontade de abrir os olhos para vê-la. A paixão empresta um sentido quase mítico aos dias, mas é esquecer da excruciante tristeza perante a morte dela que nos torna aptos para nos encantarmos novamente dali a pouco.

Já esqueci amores inesquecíveis e sobrevivi a paixões que, tinha convicção, me aniquilariam se terminassem. Às vezes cruzo na rua com fantasmas que já foram muito vivos na minha história e não deixo de sentir uma certa melancolia por perceber que aquele rosto um dia pleno de significado se tornou tão relevante quanto um outdoor de pasta de dente. Algumas pessoas são apagadas da memória como filmes desimportantes. Sem maldade o intenção; apenas esmaecem até desaparecer. Mas é mesmo impossível nos lembrar de todos os que passaram por nós: gente demais, espaço de menos. Da mesma forma que minha história está repleta de coadjuvantes e figurantes que, irrefletidamente, se auto-proclamavam protagonistas, eu devo ser a personagem cômica da história de alguém. Ninguém se esquiva da experiência constrangedora de bancar o bobo da corte no reino de outro.

Mas esse oco de significado não vem sem um certo pesar. É ruim notar que já não dizemos praticamente nada para quem importou tanto. Na verdade é dolorido ser olvidado: não é fácil encarar que não somos insubstituíveis e que nossa saída displicente abre uma possibilidade de entrada tão desejada por outros. Mas só nos desenroscamos e seguimos nosso rumo natural, em frente, quando eliminamos alguns seres que, caso contrário, nos prenderiam aos emaranhantes aguapés de recordações.

"Há pessoas que ficam doendo com a lembrança de outra pessoa, entra ano, sai ano, virando e revirando o caleidoscópio, olhando como caem e de dispõe as cores e os cristais do sofrimento" (Paulo Mendes Campos).

O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotado com os erros cometidos e alegrias jamais revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. É útil também jamais perder de vista um detalhe, afixá-lo no espelho do banheiro, repetir como um mantra: absolutamente nada é pra sempre, nem sentimentos que parecem ser. Nunca mais haverá amor como aquele? Ótimo, porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse.

Todo mundo passa. E é bom que seja assim.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Estórias de Pai e Filha

Minha atual leitura é o livro A Menina que Roubava Livros. A maioria dos comentários que li a respeito do livro falaram, principalmente sobre a narradora da estória - a morte.

Claro que o fato da morte narrar uma estória é realmente algo inusitado. Mais inusitado ainda o fato de ela ser uma excelente narradora!

Mas eu quero falar é a respeito da menina Liesel Meminger que, perdeu tudo que lhe era importante: o irmãozinho - a quem viu morrer nos braços da mãe - e sua mãe que, enfrentando as dificuldades de se viver na alemanha nazista, se viu obrigada a enregá-la a uma outra família.

Confesso que não gostei da parte inicial do livro. A parte onde a nossa amiga morte narra o percurso da menina até sua nova casa e sua família adotiva. Mas então, a estória se enche de beleza, pois a menina Liesel ganha um grande presente em sua vida: seu pai adotivo Hans Hubermann.

A partir daí a ilustre narradora começar a contar-no um pouco da vida cotidiana da menina Liesel, sua infância, sua família adotiva e, com uma bondade inesperada, a morte nos presenteia com lindas narrativas sobre a relação cada vez mais estreita entre pai e filha, entre Liesel e Hans. Ainda estou no início do livro, mas espero que a narrdora saiba conduzir toda a estória com a mesma beleza que tem usado para descrever os momentos de Liesel com seu pai adotivo.

Acho que certos personagens são universalmente tocantes, como a figura de pais e mães, por exemplo. Os momentos de Liesel e Hans lembram-me momentos meus com meu pai em minha infância... A forma paciente como ele faz companhia a ela à noite após os pesadelos, o carinho, as piscadelas disfaçadas...quando ele toca acordeão para ela...Esta última passagem em especial me lemba muito meu pai, que quando eu era criança, sempre cantava pra mim um cantiga engraçadinha assim:

Cabelo loiro vai lá em casa passear
Vai, vai cabelo loiro
Vai cabar de me matar

Estou na sombra da noite
Pensando na luz do dia
O dia inteiro penso estar
À noite em sua companhia

Cabelo loiro vai lá em casa passear
Vai, vai cabelo loiro
Vai cabar de me matar

Você diz que bala mata
Bala não mata ninguém
A bala que mais me mata
É o desprezo do meu bem

Cabelo loiro vai lá em casa passear
Vai, vai cabelo loiro
Vai cabar de me matar

Casa de pobre é ranchinho
Casa de rico é de telha
Se ter amor fosse crime
Minha casa era cadeia

Cabelo loiro vai lá em casa passear
Vai, vai cabelo loiro
Vai cabar de me matar

Quanto mais tu me despreza
A dor no meu peito inflama
Quem eu quero não me quer
E quem eu quero não me ama

Cabelo loiro vai lá em casa passear
Vai, vai cabelo loiro
Vai cabar de me matar

Beija flor que beija a rosaSe despede do jardim
Assim fez o meu amor
Quando despediu de mim

Cabelo loiro vai lá em casa passear
Vai, vai cabelo loiro
Vai cabar de me matar

Engraçado como tudo hoje em dia me lembra meu pai e faz doer em mim as saudades.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Quando Fevereiro Chegar...

Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar, o fogo vai deixar semente
A gente ri e a gente chora
Ai a gente chora
Fazendo noite parecer um dia
Faz mais depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer, verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois do amor
Ninguém verá os sonhos que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém, verá os sonhos que sonhei
Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar, na luz de cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz virar um astro incandescente
Teu amor faz cometer loucuras
Faz mais
Depois faz acordar chorando, pra fazer e acontecer,
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois do amor...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Máscaras e personagens

Muitos escritores, cronistas, poetas, anônimos e blogueiros já escreveram sobe o ser humano e suas inúmeras máscaras, os inúmeros personagens assumidos no dia-a-dia.

O assunto, acredito eu, é tão amplamente discutido e refletido porque é parte da vida em sociedade. Faz parte do humano ser multifacetado, ser muitos em um só: o profissional, o amante, o amigo, o visinho, o pai, o tio, o patrão, o motorista... Cada personagem combinando com o que pede a ocasião, o local, as pessoas.

Mas há que se definir bem estas máscaras e personagens nossos de cada dia - tão necessários e inofensivos que em nada nos tornam menos verdadeiros, menos autênticos. E há também que se falar de outras máscaras usadas por algumas pessoas, máscaras e personagens nem tão necessários e inofensivos - verdadeiras artimanhas de quem não sabe ser autêntico, ser verdadeiro e não conhece outra forma de alcançar seus objetivos senão com joguinhos e falsidades.

São pessoas que, normalmente estampam um sorriso meigo nos lábios, adoçam suas palavras como se fossem mel, vestem a ropagem de um personagem envolto em candura e inocência, mas trazem dentro de si sentimentos ruins... inveja, ciúme, raiva, despeito, desconfiança. Abraçam-nos e nos beijam, mas gostariam de nos apunhalar.

O que acho pior é que estas pessoas fazem um uso tão indígno da boa educação, da atenção, do carinho e do respeito pelos outros. Uso indígno porque é envolto em falsidade. Travam suas lutas de forma suja, usando seus joguinhos de doces palavras para conseguir chegar aonde querem... obter informações, nos afastar de pessoas queridas, distorcer palavras...

Odeio pessoas assim. As odeio porque prezo a verdade, a sinceridade e porque estas pessoas infelizmente acabam envolvendo tantas coisas em seus joguinhos, coisas queridas, pessoas amadas, verdades veladas... e terminamos presos em sua teia de relacionamentos deturpados, sem saber como sair sem ferir, sem destruir tantas coisas envolvidas.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Há uma forma de ser bom novamente...


Esta é uma das frases mais marcantes do livro O Caçador de Pipas de Khaled Hosseini. Eu diria até que esta frase é mais significativa que aquela que Hassan disse para Amir na estória: Por você faria mil vezes.

É muito bom, assim como muito amedrontador saber que há formas de ser bom novamente, de consertar os erros, de alcançar a redenção, de encontrar a paz com os outros e consigo mesmo. Estas formas nem sempre são fáceis, mas com certeza esta estória nos mostra que valem a pena.

Hoje é a estréia brasileira do filme baseado no livro O Caçador de Pipas e com o mesmo título. Este é um daqueles dias em que as desvantagens de morar em cidade pequena ficam mais acentuadas... desvantagens tais como a inexistência de um bom cinema.

Mas esperarei até o filme chegue na minha região. Equanto isto, já estou ouvindo a trilha sonora (linda) e voltarei a refletir sobre a estória e seus ensinamentos. Quem sabe para mim também haja uma forma de ser boa novamente.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Minha mãe freira

Em maio de 2007 eu escrevi aqui sobre minha experiência no Mosteiro Nossa Senhora das Graças e sobre esse meu desejo irrealizado de trilhar um caminho espiritual. Quem quiser, pode ler novamente aqui. O curioso é que na época em que vivi esta esperiência e também quando escrevi sobre ela, não me lembrava da influência da minha mãe neste meu lado que quer (e já quiz com muito mais intensidade) pertencer mais ao céu que à terra.

Desde que eu era criança minha mãe nos contava que, quando jovem, ela quizera ingressar em um convento e que chegou até a acertar tudo para sua nova vida... mas conheceu meu pai, vislumbrou outro caminho e mudou de direção. Minha mãe sempre nos contava isto com os olhos brilhando. Não de arrependimento, mas um brilho de um desejo que ainda estava dentro dela. Ela dizia que, se um dia meu pai "partisse" antes dela, ela retomaria este projeto.

Meu pai partiu antes dela.
Não sei porque pais e mães precisam partir assim. Não deveria ser deste jeito.
Mas, enfim... minha mãe retomou a idéia de ingressar em um convento. Ela não disse isto como uma decisão já tomada, mas como algo que ela está começando a deixar sair do esconderijo.

Meu coração fica confuso quando penso nisto. Principalmente depois da morte de meu pai é difícil pensar em ficar longe de minha mãe. Mas por outro lado, sinto uma grande esperança nesta possibilidade. Esperança de que minha mãe tenha coragm de ir em busca deste desejo e de que ela encontre a mais pura felicidade.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Novo Ano

Inauguro as postagens de 2008 com uma imagem que, hoje, traduz muito bem meu sentimento em relação a este novo ano: Uma estrada da qual não podemos ver as cores e formas, mas sempre com a expectativa e a esperança de uma bela paisagem.