
Passei a maior parte de minha infância em uma fazenda com um casarão antigo que tinha assoalho barulhento, forro de bambú no teto e grandes janelas de madeira pintadas de azul.
Claro que tanto o casarão como as janelas e tudo o mais não seriam tão grandes não fosse pelo meu olhar infantil e sonhador.
Foi uma infância típica de fazendas, com brincadeiras ao lar livre, muitas árvores para subir, muitas frutas para comer no pé e a grama molhada de orvalho toda manhã. Mas de tudo, o que mais me marcou foi a paisagem da janela.
De manhãzinha, quando iniciava a primeira das minhas atividades caseiras (abrir a casa), eu ia até o quarto de minha mãe - que tinha as janelas mais altas da casa - e ao abrir a janela, podia ver a imagem que iria me acompanhar durante toda a minha vida: o quintal com as árvores e flores se balançando á brisa a manhã... logo além do quintal, o córrego ao lado da grande moita de bambú... logo além do córrego, a pastagem do tio Paulo com seus bois, vacas e o caminho que levava á minha escola e á capela e lá, bem além da capela, a estrada que me levava á cidade e que mais tarde me levaria á muitos outros lugares do mundo.
Sinto muitas saudades destes momentos! Saudades da paisagem, do cheiro de mato molhado de orvalho e dos sonhos que nasciam no meu coração...
Um comentário:
Eita... até eu senti saudades agora... :)
Que lindo Leila!
Beijos.
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